sexta-feira, 3 de março de 2006

Nã, nã!!! Ele é que é parvo, não sou eu!!!!


Sofro de um grave problema...Ou melhor, sofro de alguns, mas o mais grave pode denominar-se de estupidez crónica. Bem, se calhar estou a ser um pouco duro comigo mesmo...Tenho que me tolerar! Afinal, desde ontem que estou fragilizado em relação a 99% da população mundial. Estou parcialmente surdo do ouvido direito!!! É esse o meu grave problema, aquele ao qual me queria referir quando comecei esta conversa. O que, por sua vez, já me rendeu um sentimento de profunda estupidez interior hoje...E digo interior porque, felizmente, não a partilhei com ninguém...e digo hoje porque foi hoje no metro, a caminho da labuta.
Concretizando...entrei no metro na estação dos Restauradores, linha Azul, e tomo o meu lugar habitual, de pé, agarrado àquelas-coisas-que-pendem-do-tecto-que-nunca-soube-como-é-que-se-chamam...Eis senão quando, no Marquês, entra um homem dos seus 50 anos, boné coçado enterrado até aos olhos, óculos escuros (relembro...no metro...), com cerca de 1.90m de altura e outros tantos de largo...Eu estava a uns bons 5 mts de distância dele (à sua esquerda e ele à minha direita, lógico...), e ele de costas para mim, quando começo q ouvir uma ladaínha que era qialquer coisa do género...
- Há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel... (and so on, and so on...ao ritmo aproximado de 2 repetições por segundo)
"Outro maluco", pensei eu do alto da minha prepotência. E o raio do homem, que parecia um disco partido, não se calava com os "sem mel", e tal..."Há com cada um no metro, pah!". E o gajo continuava...
- Há o 13 e o 69 para os sem mel... há o 13 e o 69 para os sem mel... há o 13 e o 69 para os sem mel...
Às tantas vai-se aproximando a hora de eu deixar o gajo dos "sem mel" a falar sozinho e ir à minha reles vidinha...Mas, morbidamente curioso como sou, quis sair pela porta que ele quase entupia com aquele corpanzil (que, reforço, se situava à minha direita. O lado que está temporariamente surdo, portanto...) e ver o raro foçinho de alguém mais idiota que eu. E ele continuava a matraquilhar aquela cantilena...
- Há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...há o 13 e o 69 para os sem mel...
O metro pára e eu saio mesmo pela frente dele...Felizmente, vejo muito melhor do que oiço...O gajo parecia mesmo um São Bernardo (pelo tamanho e pelo aspecto) só que, em vez do barrilzinho com chocolate quente, tinha preso ao pescoço uma pochette com cautelas penduradas...E tudo fez muito mais sentido desde aí...Ele não era maluco, tinha apenas um problema de dicção...
- Há o 13 e o 69 para os cem mil...há o 13 e o 69 para os cem mil...há o 13 e o 69 para os cem mil...há o 13 e o 69 para os cem mil...há o 13 e o 69 para os cem mil...

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