quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Ah...afinal é um xaile...


Ontem aconteceu-me uma coisa que, embora já lá vão mais de 15 dias desde aquele brilhante momento que descrevi no último post, fica patente a extraordinária sensibilidade e sentido de oportunidade que eu tenho para determinados assuntos...Acho que desta vez não foi tão flagrante mas foi só mais uma prova que, se quem sabe nunca esquece, quem não sabe também parece que nunca há-de saber...

Bem, nestes dias tem estado um frio de rachar e qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade, anda esmagada por duas toneladas de roupa...Ontem não foi excepção mas eu, armado em urso (polar, pois claro...) para quem 10ºC começa a ser abafadote, equipei-me só com duas t-shirts...Eram quase 21h quando saí dos briefings que tenho tido no navio-escola da minha frota, na companhia de uma colega marinheira de outra caravela...Ela, sobre múltiplos casacos, trazia vestido uma espécie de xaile que, ao contrário dos clássicos, não se põe por cima dos ombros. É um daqueles nouvelle vague que se enfiam pela cabeça e que acabam por cair nos ombros à mesma. Estão a ver, eu até sei isto tudo sobre moda contemporânea. Eu até sei que os xailes clássicos se colocam simplesmente sobre os ombros e que estes, mais modernos, se enfiam pela cabeça...Eu até uso a expressão nouvelle vague...Isso deveria querer dizer alguma coisa...Eu sei estas coisas todas mas, na hora da verdade, após ela ter-me perguntado se eu não tinha frio e lhe ter dito que não, saí-me com uma muito boçal pergunta...

- E essa coisa cheia de buracos que tens vestido, isso aquece alguma coisa??

Ela riu-se comiseradamente (parece que tenho este efeito junto do sexo oposto, não sei...Deve ser algo muito pessoal...) e, enquanto me dava um valente slap no braço, respondeu-me:

- Pfff...coisa chéia de buracos...Isso é meismo cumbersa à gaijo (sim, é mesmo desses lados, o sotaque não engana...).

Eu ri-me também e, num assomo de inteligência, calei-me e segui o meu caminho. Quer dizer, eu até sei dar os nomes correctos às coisas mas não tenho culpa que, com os neurónios a tiritar de frio tenha chamado "coisa cheia de buracos" a uma coisa que, aqui cá para nós que ninguém nos ouve, é mesmo uma coisa cheia de buracos...Enfim, modernices...

Nota do excelso e magnânimo em-fumeiro: Cara e inexistente Sofia e restantes caros e inexistentes leitores!! Mi casa es su casa...traga um amigo também:)!

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma mulher nunca usa coisas inúteis!
A maior utilidade que "uma coisa cheia de buracos" pode ter é a de embelezar o conjunto por ela escolhido! As questões climatéricas são de todo secundárias!...
Já que não comentei o post anterior (mas duas vezes já são de mais!)…: Pára de magoar as mulheres com quem te cruzas! :-)
'vtdc'

Anónimo disse...

:) Ai ai, o que acontece é que essas mulheres do Norte, do Este, do Oeste ... que se cruzam contigo meu amigo, não têm o privilégio de uma década de testemunho desse teu tacto único! Se tivessem já teriam descoberto que a tua discreta frontalidade "não magoa nada não anónima comentadora", muito pelo contrário, abre os olhos para o absurdo de uma vida de muitas "capas" ... cá para mim, (não fosse a opinião dos termómetros) seria bem bom que muitos usassem só leves tshirts como tu!
Bjoquinhas de uma recente e acidentada leitora mas velhota admiradora ;)

Anónimo disse...

:)pois realmente como é que uma coisa cheia de buracos vai aquecer alguma coisa?!hum....ai esta visão e tacto masculino:):)

Anónimo disse...

eheh! Muito bom! Tb tenho uma amiga q afirma a pes juntos que um casaco "cheio de buracos" que ela usa é quentíssimo! por isso fica a dúvida no ar...(ou entao nao) :P ***