Tudo começa pela data em si…Então, o calendário não começou a contar a partir do nascimento do menino Jesus? É isso, não é? Então porque é que o dia de Ano Novo é dia 1 de Janeiro e não o 25 de Dezembro? Esperaram uma semana para arrancar com o calendário cristão? Ou demoraram pouco mais que um ano até decidirem que estava na altura de haver ramboiada e foi a partir daí que se estabeleceu a (outra) tradição de apanhar grandes bezanas na passagem de ano? Eu, que por intermédio do batismo, tornei-me católico acérrimo, ou cristão devoto, ou qualquer-coisa-haver-com-isso (hoje, que é Natal, até já rezei muitos "Padres Marias" e "Avés Nossos") espero, sinceramente, que seja a segunda hipótese…É que conheço muitos irmãos e irmãs que se agarram às lérias, ooops...quero dizer aos dogmas da igreja com unhas e dentes e temo que se sentissem perturbados se descobrissem que o menino-símbolo da cultura católica apostólica romana tinha nascido uma semana antes de haver, sequer, calendário…
Bom, mas como eu disse, andei por aí a inquirir a velha guarda em busca de respostas para saber o que de facto se passou naquela noite, numa qualquer caverna em Belém da Judeia…Sempre pensei que o menino Jesus (aquele das palhinhas…) era filho de José (o carpinteiro) e da Virgem Maria (a doméstica)…O que significa que o Zé e a Virgem (ahahahah!!!) Maria tiveram que, de alguma forma, providenciar uma gravidez…Pelo menos assim pensava…Mas, pelos vistos, não podia estar mais errado…Assim, segundo “quem sabe”, o menino Jesus nasceu depois de, e passo a citar, “o Divino Espírito Santo ter caído sobre a Virgem Maria…e pronto!”, fim de citação…Ora, se assim foi, três conclusões emergem de imediato…Em primeiro lugar, quando a Virgem Maria pariu o menino das palhas deveria ser tão virgem quanto a Pamela Anderson…Segundo, o José é corno…E em terceiro, esse tal Divino Espírito Santo é um grande doido..E sofre de ejaculação precoce, pois parece que lhe bastou cair em cima da Maria para lhe proporcionar uma fecundação bem sucedida…São, portanto, quatro conclusões, e não três…E, mais do que isso, tudo isto são questões que ficam sem resposta o que, aos vinte e seis anos, é constrangedor…Perguntem isto tudo a um miúdo da primária e vão ver que para ele é tudo claro como a água…eu que tenho idade para ser pai dele (que deprimente…) só tenho dúvidas…É triste…
Mas ainda mais intrigante se torna esta época quando nos debruçamos sobre a história dos reis magos, o Baltasar, o Gaspar e o Belchior…Pensem lá um bocadinho comigo…(ou melhor, vocês pensam e eu vegeto..ehehe…). É sobejamente conhecida a cena do nascimento do menino Jesus, certo? Todos nós visualizamos o catraio todo descascado nas palhinhas, a “Virgem” Maria à esquerda com uma cara de quem precisa urgentemente de uma episiorrafia e o Zé “Corno” à direita,
agarrado ao pau…quer dizer, ao cajado. Conforme os quadros também lá pespegam um bovino, um ovino e um asno, entre outros espécimes animais…Perante este cenário, o que é que os otários dos reis magos resolvem trazer para presentear o menino
abençoado? Ouro, incenso e mirra! Não sei o que vocês acham mas o que me parece mágica é a estupidez de oferecer ouro, um derivado da resina e um analgésico a um miúdo que nem um cobertorzinho tem para se tapar em pleno Dezembro e numa caverna cujas únicas fontes de calor eram uma vaca, uma ovelha e um burro…Já estou a ver a Unicef a pavonear-se um pleno Darfur e a presentear as crianças cheias de Beri-beri com um lingote, uma pinha e 2 Ben-u-ron’s…
Mas eles é que sabem…Eu não sou rei e muito menos mago…
Mas a Maria até era capaz de agradecer a mirra…Palpita-me…