Os grandes artistas fazem-se esperar…Demoram algum tempo entre uma obra-prima e outra...Os autocarros da Carris também se fazem esperar...E eu também, já agora…Mas acabo por chegar. E os autocarros da Carris também, mas as hipóteses são mais remotas. Bom, seja como for, isto de ficar muito tempo sem escrever tem as suas comoventes ironias…Senão vejamos: o último post tinha um título subrepticiamente brejeiro e uma foto brejeiramente subreptícia…foto essa que, de resto, era a coisa mais interessante desse post. Já o tema da dissertação era vulgaríssimo e de interesse muito discutível. E o que aconteceu? Sete comentários, sete!! Um record de comentários para um post, neste famosíssimo e interessantíssimo (e mais uns tantos “íssimos”…) blog.
Mas cá estou, a saudar os meus caridosos fãs…os que lêem e deixam comentários, os que lêem e não deixam comentários e mesmo aqueles que não lêem (e provavelmente nem conhecem…) porque sei que é apenas uma questão de tempo até ser universalmente reconhecido. Não necessariamente pelo blog…mas nunca se sabe se não me tornarei o primeiro limpa-chaminés a criar uma abóbora de duas toneladas no vaso de um manjerico, ou qualquer outra raridade assim do género…Hoje em dia, é possível ser famoso por tanta coisa…quem me garante que também eu não o possa ser!?
Ah…e meus fiéis fãs, agradeçam à Igreja Católica e aos seus numerosos e fiéis fiéis a reabertura deste espaço, dentro em breve considerado altamente herético. Estivéssemos nós na era medieval e poderia começar a sentir-me um forte candidato à fogueira…Bom, mas vem esta conversa toda a propósito de umas tais novas regras que um tal D. Albert Malcom Ranjith, um cardeal a soldo do Papa Bento XVI, sugeriu para a celebração das eucaristias. Em primeiro lugar, e com a minha veemente concordância, pretende-se que as homilias seja consideravelmente mais curtas…Ora, e porque é que isto é tão importante para mim? Não é que seja um assíduo frequentador da casa do Senhor, até porque não costumo frequentar casas de senhores que não me convidam para lá entrar (só porque não me parece de bom tom, mas cada um faz o quer, pois claro…), mas quando me convidam para casamentos e cerimónias limítrofes, gosto de assistir à festa toda e sinto que, como cristão banhado na pia baptismal, tenho que passar por algumas provações antes de chegar à fase dos comes e bebes que é, afinal de contas, aquilo por que todos (e sublinho TODOS…) os convidados anseiam…E encurtar a homilia deixa aquele travozinho de que caminhámos à mesma sobre as brasas e continua a ser merecido o empanturranço…ainda que o percurso seja mais curto...
A segunda proposta (e reparem na pertinência da analogia com que vos brinda este bloguista…) rezava (boa, hein!?) acerca da, e passo a citar “genuflexão diante das espécies eucarísticas consagradas”…Não percebi, tenho que admitir…Fiquei-me p’la parte da genuflexão e duvido que Darwin, no seu livro “A Origem das Espécies”, tenha catalogado alguma “”Eucarística Consagrada” lá p’rás Galápagos e p’los outros sítios recônditos por onde andou a passear, quero dizer, a estudar…
Por último, D. Albert Malcom Ranjith propõe que se deixe de receber a comunhão na mão passando esta, por conseguinte, a ser depositada directamente na boca do fiel…Ora, tendo em conta que se formam longas filas de fiéis de cada vez que se chega a esta parte de comer o corpo de Cristo (não sei se numa espécie de rito antecipatório quanto aos comes e bebes dos casamentos…), esta medida parece-me…hum, deixa cá ver se consigo dizer isto de maneira suave…cá vai, parece-me uma monumental javardice! Mas alguém me explica qual é o mal de receber a hóstia na mão? É-se menos cristão por causa disso? Cada um terá as suas prioridades mas já até já estou a ver os fiéis a degladiarem-se por ser os primeiros da fila para não lhes calhar uma parte do corpo de Cristo que o pároco toque com os seus dedos múltiplas vezes lambuzados…Não sei de que país vem D. Albert Malcom Ranjith mas uma coisa parece-me óbvia…Ele não conhece a ASAE…E sabendo da sensibilidade dessa malta quanto a questões de higiene, não é muito provável que deixem passar isto em claro…
À atenção da Igreja Católica…Não vão admirar-se se se forem fechando umas casas do Senhor aqui e ali…